quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Carnaval e Religião se aproximam?



Foto: Maíra Gamarra.


  Embora a influência das religiões Afro-brasileiras sejam mais explícitas nos grupos de Maracatu de Baque Virado e Afoxé, uma vez que utilizam seus repertórios, ritmos e letras típicos dos terreiros de Xangô, e seus integrantes se apresentam com roupas no estilo africano ou religioso (torços, braceletes, pano-da-costa, fios de conta), outras manifestações como o Maracatu de Baque Solto, os Caboclinhos, as Escolas de Samba, o Urso, o Boi de Carnaval, as Troças, os Blocos de Pau e Corda, os clubes de Bonecos e os Clubes de Frevo também possuem uma forte ligação com aquele tipo de prática religiosa.

  A Troça Carnavalesca Mista Abanadores do Arruda, por exemplo, expressa sua devoção aos orixás nas cores de algumas fantasias e no Estandarte. O vermelho e o verde revelam a relação do grupo com o orixá Ogun- conhecedor de metalurgia e do poder de transformação do ferro em armas e utensílios, necessários às guerras e à agricultura.
  Claudio Brandão, presidente do Clube de Boneco Seu Malaquias, reforça o pensamento anterior quando afirma que “as cores do boneco são vermelha e branca porque meu avô gostava de Xangô. E meu pai disse pra eu sempre manter essa tradição”.


  Nesse sentido, no período que antecede a festa, alguns líderes de Agremiações, com o propósito de preservar os fundamentos do grupo e sua memória religiosa, iniciam o chamado “ritual de proteção do brinquedo”, também denominado como “calço”, que pode ser individual ou coletivo. Uma espécie de limpeza espiritual, com a intenção de resguardar, prevenir do mal durante toda a festa. 

RIBEIRO, Mário - Catálogo das Agremiações Carnavalescas do Recife e Região Metropolitana. p.26; Prefeitura do Recife - 2009.

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